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CFP: “História e Gênero: representações e simbolismos”, dossiê revista História e Cultura.

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A revista História e Cultura (ISSN: 2238-6270 - Qualis B2) é uma publicação eletrônica semestral editada por discentes do Programa de Pós-Graduação em História da Faculdade de Ciências Humanas e Sociais (FCHS) da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (UNESP), com sede na cidade de Franca, São Paulo, Brasil.

História e Cultura, atenta às pesquisas e ao debate acadêmico desenvolvido na área de História e em áreas afins, publica textos inéditos de autoria de doutores, mestres e pós-graduandos stricto sensu, redigidos em português, espanhol, francês e inglês. Além de artigos para dossiês, a revista recebe contribuições em fluxo contínuo de artigos livres, entrevistas, resenhas e traduções.

Deseja submeter um texto para a revista? Confira a seção Sobre a Revista e o item Diretrizes para autores. É necessário se cadastrar como “autor” neste portal de periódicos antes de submeter uma contribuição; caso já tenha se cadastrado, basta fazer o login e iniciar o processo de 5 passos para a submissão.

Chamada para a submissão de trabalhos: Chamada de Artigos para o Dossiê: “História e Gênero: representações e simbolismos”

Está aberta a chamada de artigos para o Dossiê “História e Gênero: representações e simbolismos”. Os manuscritos devem ser submetidos apenas pelo portal da revista até o dia 05 de março de 2018.

Organizadoras:

Gianne Zanella Atallah

Doutoranda pelo Programa de Pós-Graduação em Memória Social e Patrimônio Cultural (ICH) pela Universidade Federal de Pelotas/RS

Júlia Silveira Matos

Pós-doutoranda pelo Programa de Pós-Graduação em Educação pela Universidade Federal de Pelotas/RS(Pós-Doutorando, Sociologia/USP)

Proposta do dossiê

No presente dossiê propomos reunir textos que discutam e analisem as formas de representação narrativa dos sujeitos em seus contextos e campos sociais. Essas representações de si e do outro construídas em relação à memória coletiva, se apropriam de suportes imagéticos como fotografias, redes sociais entre outros. Entretanto, para além das auto representações, precisamos pensar que os sujeitos também se constroem a partir de objetos materiais que projetam imagens, narrativas e representações de gênero, como livros didáticos, manuais didáticos, folhetos, cartilhas, assim como exposições de arte, fotografia, história e moda. Isso porque os papeis de gênero em suas mais diversas representações, através de múltiplas identidades e das muitas faces produzidas para situações em contextos sociais diferenciados se utilizam do símbolo iconográfico e narrativo.

Sendo assim, no presente dossiê visamos reunir pesquisas que venham alicerçando suas análises nos mais diversos suportes imagéticos, narrativos e que dialogam com representações de gênero em relação às memórias coletivas. Nessa direção, o foco será nos estudos sobre narrativas centradas nas representações de gênero e em como estas estão dotadas de um poder simbólico.

Entretanto, o simbólico das relações de gênero circundam os caminhos da memória coletiva. Nessa perspectiva, Paul Ricoeur (2007), afirmou que o lugar da lembrança pertence a uma dimensão objetal, ou seja, ao nível das análises da retenção e da reprodução. A lembrança colocaria as coisas do passado e por isso, segundo Ricoeur, “O ‘lembrado’ apóia-se então no ‘representado’”.[1]Esse representado viria em forma de imagens e assim daria suporte para um tipo de “lembrança-imagem”.

Na mesma direção, Henri Bergson, propôs uma dupla concepção de “lembrança pura” e “lembrança-imagem”. A primeira seria a “memória que revê”, espontânea, imediata e perfeita, enquanto a segunda, a “memória que repete”, que se atualiza e tende a viver numa imagem. A lembrança pura, para Bergson, tenderia a passagem para a “lembrança-imagem”, porque “essencialmente virtual, o passado só pode ser apreendido por nós como passado quando seguimos e adotamos o movimento pelo qual ele desabrocha em imagens presentes, que emergem das trevas para a claridade”.[2]Conforme proposto por Bergson nessa citação, as lembranças assumiriam na memória formas imagéticas. As imagens simplesmente não teriam o poder de incitar a memória do passado, isso somente seria possível a partir de sua busca no passado.

Dessa forma, o conhecimento do passado registrado pela memória seria, portanto, nas palavras de Marc Bloch, uma coisa em progresso, “que ininterruptamente se transforma e se aperfeiçoa”.[3]Sua transformação e aperfeiçoamento ocorreriam pelas inúmeras formas de registro e análise desse conhecimento: a história, a literatura, as imagens e o cinema entre tantos outros meios.

Portanto, no presente dossiê serão reunidos textos que contemplem as representações de gênero e seus simbolismos veiculados a partir dos mais variados suportes como obras historiográficas, cinema, fotografias, televisão e música.


[1] RICOEUR, Paul. A memória, a história, o esquecimento. Campinas, SP. Editora da UNICAMP, 2007, p. 64.

[2] BERGSON Apud RICOEUR, Paul. A memória, a história, o esquecimento. Campinas, SP. Editora da UNICAMP, 2007, p. 68.

[3]     BLOCH, Marc. Introdução à História. Lisboa: Editora Europa-América, 1987, p. 55.

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