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CFP: “Gramática da [pós] violência: identidades, guerras, corpos e fronteiras”, dossiê revista Vibrant, vol. 15, 2018.

« Saudades Bento Rodrigues (24/07/2016) »

Chamada para o Dossiê “Gramática da [pós] violência: identidades, guerras, corpos e fronteiras” (a sair em Vibrant -Virtual Brazilian Anthropology-, vol. 15, 2018).

Editoras do dossiê: Adriana M. Villalón (Unicamp) e Natalia Cabanillas (UFMG).

 

Desde os precursores julgamentos de Nuremberg até os dias de hoje, o processo de registro e gestão de eventos e memórias da violência política – seja ditatorial, estatal, colonial, por guerras ou conflitos – foi perfilando e multiplicando suas técnicas e saberes. Neste sentido, nas últimas décadas, foram instituídos diversos dispositivos de gestão dessas experiências, que prometem a possibilidade de instituir um tempo fundador e transitar de forma acelerada de um passado “conflitivo” para uma vida “democrática”

Trata-se de gramáticas da reconstrução nacional que delimitam fronteiras entre o tolerável e o intolerável, entre emoções autorizadas em face de outras, patologizadas. Estas gramáticas acabam sendo tensionadas pelos corpos que vão sendo exumados e identificados, cujas temporalidades excedem os marcos das transições. Ao mesmo tempo, ao longo do processo de violências durante o qual estes corpos começaram a ser considerados vítimas, consolidou-se um mercado da paz e do sofrimento que promove a circulação de saberes de experts e que gera casos nacionais aparentemente intercambiáveis e a-históricos.

Que limites e fronteiras são trazidos por estes dispositivos de gestão da pós-violência? De que forma se articula a temporalidade de um pós-passado? Que identidades étnicas, raciais, de gênero são (des)habilitadas nos “cenários de enunciação do testemunho”? Que elementos constituem o “fora do plano” das realidades colocadas em cena nesses dispositivos? Através de que mecanismos se constroem os acervos das “graves violações dos direitos humanos” e que lugar ocupam as vítimas e suas palavras/ silêncios em sua legitimação? Que desafios emergem para a circulação do/a antropólogo/a em um campo saturado de saberes especializados? Como é socialmente construído o conceito de violência política e qual seu impacto na constituição do ser, da cidadania e da vida?

Este dossiê tem como objetivo contemplar trabalhos inéditos que desenvolvam pesquisas etnográficas e teóricas sobre violência política, produzidos por antropólogos atuantes em instituições brasileiras (individualmente ou em parceria com antropólogos de instituições estrangeiras). Sugerimos os seguintes eixos: experiências de violência e políticas de gestão vinculadas com enfrentamentos políticos, discriminação institucional, exclusão social; tensões raciais, de gênero e sexualidade na construção de processos de pós-conflito; os conteúdos das políticas de reparação e justiças de transição que envolvem desaparecimentos e deslocamentos forçados entre outros; a verdade como objeto a ser coletado, como conteúdo de memória, de justiça. Outras opções dentro dos contornos mais gerais dessa proposta serão bem vindas.

 

 

Data limite para envio dos textos: até o dia 30 de setembro 2017.

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